Procuramos acompanhar o avanço das boas práticas organizacionais mundiais e acreditamos que a construção de uma sociedade mais justa
começa pela reconfiguração de nosso cotidiano. Em respeito a esse valor, buscamos refletir coletivamente sobre a desigualdade e a exclusão e
realizar ações concretas que dilatem a participação e aumentem a diversidade em nosso ambiente de trabalho e formação.
1. conteúdos programáticos
Um dos objetivos da Escola da Cidade, já na sua fundação, foi trazer para a formação do Arquiteto e Urbanista os problemas da vida urbana em sua dimensão de exclusão sócio-espacial. Ao mesmo tempo, as matrizes curriculares de nossos cursos procuram mostrar as brutais desigualdades que nos caracterizam socialmente, na perspectiva de sua superação. Tal objetivo expressou-se desde sempre na ementa de diversas disciplinas que compõem nossa oferta formativa na graduação, na pós graduação e nos cursos livres. Mais recentemente, com a criação de nosso curso de ensino médio, essas dimensões ganharam ainda mais centralidade. Nosso horizonte é a construção da cidadania e o exercício ético da profissão.
2. representação discente expandida
A Escola da Cidade se caracteriza por intensa abertura para a participação decisória dos estudantes, que integram todos nossos conselhos e comissões, inclusive nossa diretoria colegiada. Em nosso Conselho de Graduação, por exemplo (Conselho Escola), o número de representantes estudantis não tem paralelo com nenhuma instituição educacional similar à nossa. A representação estudantil, na EC, é autônoma e propositiva. Algumas ações e demandas apresentadas por estudantes já foram causadoras de transformações bastante importantes em nosso ambiente e nossos rumos.
3. código de ética
Foi instituído em 2017, a partir de debates internos sobre nossas relações de trabalho, nossos fóruns de decisão e o espaço da sala de aula entendido como esfera pública atravessada, consequentemente, por compromissos de civilidade, boas práticas e respeito às diferenças. Nosso código de ética é um documento público por meio do qual procuramos não apenas regular nossas ações cotidianas como também estimular a reflexão e a autocrítica de todos. O código prevê a instauração de nossa Comissão de Diálogo, uma comissão ad hoc que analisa e encaminha soluções para casos graves de desrespeito.
Durante o ano de 2020 foi finalizada a cartilha desenvolvida pelo Coletivo Feminista Carmen Portinho, como parte de uma série de ações costuradas com diferentes setores da Associação. Em particular, tratando combater situações e atos contrários ou que infrinjam as disposições do Código de Ética e Conduta da Escola da Cidade, bem como as legislações civis e criminais vigentes. A cartilha tem por objetivo principal tratar das questões relativas ao assédio, de um modo geral, com maior ênfase às condutas e ocorrências que configuram o assédio sexual.
Leia aqui: Código de Ética
Leia aqui: Cartilha – O que é Assédio? – Coletivo Feminista Carmen Portinho
4. monitoramento permanente
Por meio de nossos conselhos e canais internos de comunicação, acompanhamos o respeito aos principios fundacionais de nossa escola e o cumprimento do nosso Código de Ética. Desde 2020, a EC integra o Instituto Ethos e se auto-avalia utilizando a metodologia dos “Indicadores Ethos”.
5. interlocução pedagógica
Na perspectiva de ouvir os estudantes acerca da Escola – aumentando ainda mais a sua participação decisória – criamos em 2018 o programa de Interlocução Pedagógica. Trata-se de um canal direto de escuta, para além das representações constituídas (item 2), envolvendo também funcionários e professores. O programa reúne nossa comunidade, duas vezes por ano, buscando levantar os principais insuficiências e acertos em curso. A Interlocução Pedagógica é também um importante dispositivo para o nosso monitoramento permanente.
6. apoio psicológico
Desde 2012, todos os membros de nossa comunidade escolar tem acesso a um serviço gratuito e sigiloso de consultas psicológicas, criado para cuidar da relação fundamental entre a educação e a saúde. As consultas são realizadas em consultório particular, garantindo-se a intimidade e a privacidade necessárias a esse tipo de atendimento. O serviço tem sido amplamente utilizado por nossos estudantes, funcionários e professores.
7. diretoria buscando a diversidade
A atual diretoria da Escola da Cidade, empossada em março de 2019, é composta por cinco professores homens e cinco professoras mulheres. Além disso, é uma diretoria colegiada em que todos os seus membros têm o mesmo peso de proposição e de voto.
8. diversidade no corpo docente
Em ação iniciada recentemente, a Escola da Cidade vem buscando aumentar a diversidade de seu corpo docente, seja por meio de convites pontuais seja pela contratação de professores, seja pela oferta de cursos livres. Tal ação está diretamente relacionada à questão dos conteúdos programáticos (item 1) e visa ampliar o elenco das perspectivas que apresentamos aos nossos estudantes.
9. criação do Conselho Social
Para sistematizar as ações de equidade e inclusão desenvolvidas desde há muito em nossa escola, nossa Associação criou a figura do Conselho Social, em dezembro de 2018. Tal Conselho atua de maneira transversal, interna e externamente, procurando apoiar as ações de equidade e inclusão que se dão em todos os níveis de nossa vida institucional.
cartilha – coletivo feminista carmen portinho
Esta cartilha foi desenvolvida pelo Coletivo Feminista Carmen Portinho no ano de 2020, e atualizada em 2022, como parte de uma série de ações costuradas coletivamente com diferentes setores da comunidade da Associação Escola da Cidade.