Rizoma Temporal

O autor abre o debate a temas relativos a seus estudos sobre o tempo e suas diferentes percepções. Pelbart inicia a discussão com um questionamento: como escapar da ideia de tempo linear, progressivo, unidirecional e encadeado? Segundo este, na antiguidade clássica valorizava-se o passado; na modernidade, o futuro, e na contemporaneidade, a tendência é abolir-se o tempo com flecha direcionada e substituí-lo por uma multiplicidade de flechas, sentidos e direções, como uma rede de fluxos intercruzados. Cada vez que um lenço amassado é retirado do bolso, dois pontos nele assinalados estarão a uma distância diferente um do outro: assim é, para Pelbart, a percepção do tempo nos dias de hoje.

Sobre o tempo livre, tema caro à vida na contemporaneidade, Peter Pál nota que vivemos um forte esfumaçamento da divisão entre tempo de trabalho e tempo livre, e que todo o tempo que pertencia à esfera livre foi tomado pela esfera comunicacional, que é fortemente ligada ao consumo, ao mercado e ao trabalho. Portanto, defende que o tempo deve ser tratado como problema político.

Peter Pál Pelbart nasceu em Budapeste, em 1956; é filósofo, ensaísta, professor e tradutor húngaro, residente no Brasil. Possui graduação em filosofia contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: Deleuze, Foucault, tempo, loucura, subjetividade, biopolítica. Publicou O tempo não reconciliado (Perspectiva, 1998); Da Clausura do fora ao fora da clausura: loucura e desrazão (Brasiliense, 1989); A nau do tempo-rei (IMAGO, 1993) e O avesso do niilismo: cartografias do esgotamento (n-1 edições, 2013-2016). Estudioso da obra de Gilles Deleuze, traduziu para o português Conversações, crítica e clínica e parte de Mil platôs. 

Título: Rizoma Temporal – coleção Outras Palavras
Autor: Peter Pál Pelbart
Ano: 2017 | 1ª edição
Nº de páginas: 55
Dimensões: 12x18cm
ISBN: 978-85-64558-33-5
Preço:R$18,00