Da metrópole à aldeia: um trajeto de Antropologia Urbana

Com este título, proponho percorrer um caminho inverso àquele costumeiramente mais difundido na relação entre o campo da Antropologia Urbana e a Antropologia Clássica: geralmente se considera que a primeira é um ramo tardio desta última e que os estudos sobre cidades teriam sido precedidos pelas pesquisas com as sociedades indígenas. No entanto, só muito mais tarde é que a questão urbana se tornaria objeto de interesse para esta disciplina. Do ponto de vista estritamente histórico, contudo, alguns trabalhos dessas áreas são coetâneos: o clássico texto de Bronislaw Malinowski, Os argonautas do Pacífico ocidental, de certa forma fundante do método etnográfico, foi publicado em 1922; nos Estados Unidos, um autor da chamada Escola de Chicago, Robert Ezra Park, escreveu em 1915 The City: Suggestions for the Study of Human Nature in the Urban Environment.

Contudo, cabe reconhecer que foi com base principalmente nas pesquisas em sociedades de pequena escala – cuja forma de assentamento não é precisamente a cidade  – que a Antropologia elaborou, de forma cumulativa, seus quadros teóricos e suas ferramentas de pesquisa. Em vista disso, colocam-se as seguintes perguntas: seria adequado empregar seus conceitos para tratar a complexidade dos atuais conglomerados urbanos em toda a sua diversidade? E, avançando: Não seria justamente tal legado o que daria a seu olhar uma perspectiva diferencial para a compreensão de fenômeno urbano, mais especificamente para a pesquisa da dinâmica cultural e das formas de sociabilidade nas cidades contemporâneas?

José Guilherme Cantor Magnani é licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná, concluiu seu mestrado na FLACSO(Chile) e o doutorado em Antropologia na Univesidade de São Paulo(USP), onde é professor titular e pesquisador. Entre suas publicações, destacam-se os livros Festa no pedaço: cultura popular e lazer na cidade(1984), Na metrópole: textos de Antropologia Urbana(coautor, 1996), Mystica Urbe: um estudo antropológico sobre o circuito neoesotérico na metrópole(1999), Jovens na metrópole(2007) e Da periferia ao centro: trajetórias de pesquisa em Antropologia Urbana(2012). Além disso, ainda escreveu os artigos “Leisure in Popular Districts in São Paulo”, publicado em 1994 na Societé et Societé et Loisir, “De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana”, publicado em 2002, na Revista Brasileira de Ciências Sociais; “Antropologia Urbana: desafios e perspectivas”, publicado em 2016 na Revista de Antropologia. É coordenador do Laboratório do Núcleo de Antropologia Urbana( LabNAU) e editor responsável de Ponto.Urbe, revista eletrônica do NAU: http://www.n-a-u.org/

Título: Da metrópole à aldeia: um trajeto de Antropologia Urbana – coleção Outras Palavras
Autor: José Guilherme C. Magnani
Ano: 2018 | 1ª edição
Nº de páginas: 64
Dimensões: 12x18cm
ISBN: 978-85-64558-35-9
Preço:R$18,00