SOBRE A JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA ESCOLA DA CIDADE
A Jornada de Iniciação Científica da Escola da Cidade tem se firmado como espaço de apresentação de pesquisas realizadas por estudantes de graduação em Arquitetura e Urbanismo (e áreas afins) oriundas tanto da Escola da Cidade como de outras universidades, faculdades e escolas. Neste momento, abrimos uma nova chamada para pesquisadoras e pesquisadores com interesse em enviar trabalhos para o evento, que ocorre de 13 a 17/12.
Nessa 13ª edição, ainda em formato integralmente remoto, assumimos como ponto de partida as pesquisas desenvolvidas pelo corpo discente da Escola da Cidade nas três frentes de trabalho praticadas ‒ pesquisa aplicada, pesquisa experimental e iniciação científica ‒, reunindo-as em cinco eixos temáticos:
1. Os territórios negros nas cidades: corpos, subjetividade e resistência em longa duração;
2. Projeto, Análises e Sociedade: agenciamentos contemporâneos;
3. Corpos e caminhos: a leitura do espaço por meio de imagens, memórias e registros;
4. Espaços e história: modos e instrumentos de contar;
5. Espaço, Política e Diferenças.
A XIII Jornada acontecerá na segunda semana de dezembro, de segunda a sexta-feira. Em cada dia haverá um eixo temático dividido em duas sessões. As mesas serão compostas por pesquisas desenvolvidas na Escola da Cidade em diálogo aberto com trabalhos de outras instituições. Assim, convidamos estudantes de graduação de todo o Brasil a enviarem suas pesquisas com temáticas afins, fomentando o diálogo e o intercâmbio entre pesquisadores de diversos contextos acadêmicos.
CALENDÁRIO
17/11 – Novo prazo final para envio de trabalhos
29/11 – Divulgação dos trabalhos selecionados e da programação completa
13 a 17/12 – XIII Jornada de Iniciação Científica
NORMAS PARA INSCRIÇÃO E ENVIO DE TRABALHOS
A inscrição no evento é gratuita e a submissão dos trabalhos deve ser feita por meio do preenchimento completo do formulário (título da pesquisa, autoria, orientação, instituição sede, fomento e resumo), com resumo expandido (de até três laudas especificando recorte, objetivos e metodologia da pesquisa), anexado em arquivo pdf e indicando seleção do eixo temático para submissão.
Os trabalhos serão selecionados a partir da aproximação aos eixos temáticos e do potencial de articulação de debates com as questões levantadas. Clique aqui para consultar a descrição desses eixos, os títulos dos trabalhos da Escola da Cidade já organizados em cada um deles e o número de trabalhos que serão aceitos.
APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS
As mesas de discussão ocorrerão entre os dias 13 e 17/12, em modo remota, no período da tarde (das 13h às 16h30). Os resumos enviados como submissão constarão nos anais do evento, a ser publicado na revista Cadernos de Pesquisa da Escola da Cidade #12.
COMISSÃO CIENTÍFICA
Prof. Dr. Alexandre Benoit
Profa. Dra. Amália Cristovão dos Santos
Profa. Dra. Anália Amorim
Prof. Dr. Felipe Noto
Prof. Dr. Gilberto Mariotti
Profa. Dra. Glória Kok
Profa. Ms. Joana Barossi
Profa. Dra. Juliana Braga
Profa. Ms. Maira Rios
Profa. Dra. Marianna Boghosian Al Assal
Profa. Ms. Marina Lacerda
Profa. Dra. Paula Dedecca
Prof. Dr. Pedro Lopes
Prof. Ms. Pedro Vada
Profa. Dra. Sabrina Fontenele
Prof. Ms. Yuri Quevedo
Beatriz Hinkelmann
Bruna Bonfim
Flavia Doudement
Gabriela Toral
Gyovanna Freire
Helena Ramos
Julia Cardoso
Laura Leal
Letícia Fernandes Costa
Luara Macari
Luiza Rovere
Luiza Souza
Isabella Martini
Fabiana Almeida
Raul de Oliveira Souza
Victor Pacheco
Tamara Crespin
Thiago Costa Neto
ORGANIZAÇÃO
Conselho Científico da Escola da Cidade
INFORMAÇÕES
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
1 – Os territórios negros nas cidades: corpos, subjetividade e resistência em longa duração
Os estudos sobre cidades têm ganhado novas e renovadas perspectivas a partir do foco em agentes subalternizados e outras compreensões da relação entre esses sujeitos e o ambiente construído. O eixo temático aqui proposto origina-se de pesquisas que enquadram bairros, lugares e recortes urbanos historicamente formados por populações negras, pobres e marginalizadas, que sofreram processos de apagamento, perseguição e expulsão. Nesse sentido, espera-se a inscrição de trabalhos com temáticas de: bairros e territórios negros; natureza, história e patrimônio; novas documentações e olhares insurgentes para os arquivos convencionais; quilombos e aquilombamentos, passado e presente; processos de expropriação de comunidades tradicionais; e afins.
Pesquisas Escola da Cidade
– Fugas, calhambolas e aquilombamentos na cidade de São Paulo entre 1858 e 1888 – Julia Cardoso e Isabella Martini
– Identidade cultural Brasileira: a criação do SPHAN e da FNB nos anos de 1930 – Luara Macari
– Cemitério dos aflitos (1775-1858) e outros territórios negros das cidade de São Paulo no século XIX – Fabiana Costa e Victor Rocha
– A Grota do Bexiga: aproximações entre proteção histórico-cultural e a proteção do meio ambiente em áreas urbanas – Thiago Costa Neto
– Paulicéia Esfacelada – Juliana Azevedo
Vagas disponíveis: 05
2 – Projeto, Análises e Sociedade
Agenciamentos territoriais contemporâneos
Este eixo temático se propõe a investigar e cartografar a genealogia, a morfologia física e social e a potencialidade dos sistemas de “lugares de vida coletiva”. Lugares onde o deslocamento, o entrecruzamento e o encontro de corpos, escalas e velocidades disparam a improvável/imprevisível experiência da cidade, a criação de novos espaços-tempos e o livre uso dos elementos urbanos e funções.
Nesse sentido destaca-se a indagação acerca dos modos pelos quais os fluxos da mobilidade e sistemas de espaços livres podem engendrar-se mutuamente, produzindo novas disposições urbanas. Isso passa pela hipótese de a mobilidade cotidiana ser concebida não apenas como atividade obrigada, mas como tempo de vida urbana e, assim, se abrir em múltiplas oportunidades coletivas: interações, encontros, formas de vida coletivas, configuradas por e configuradoras de redes e territorialidades. Dessa forma, busca-se o debate em torno de projetos urbanos e territoriais, forma urbana e suas apropriações, reflexões e representações sobre parcelas/recortes urbanos em suas características físicas e/ou sociais.
Pesquisas Escola da Cidade
– Projeto Avenida Paulista 2040 – Raul de Oliveira Souza
– Vila Buarque Solidária – Luiza Rovere Gonçalves e Gustavo Machado de Azevedo
– Sistematização da produção cartográfica: um estudo para os Terminais Capelinha e Campo Limpo – Nara Gonçalves Albiero
Vagas disponíveis: 07
3 – Corpos e caminhos: a leitura do espaço por meio de imagens, memórias e registros
As pesquisas trazidas por este eixo colocam em questão as possibilidades de tradução entre linguagens, admitindo que uma pesquisa experimental pode propor o diálogo entre signos verbais e não verbais dispostos pela cidade como também pelo corpo e seus sistemas sociais. E sobretudo pode se apropriar de signos verbais que constroem materialmente a cidade, e circunscrevem esses mesmos corpos, ao propor, por meio de registros de memórias, diários de pesquisa, mapeamento cotidiano.
Tencionam concepções de espaço (construídos, imaginados) e abrangem as múltiplas escalas dos variados corpos cotidianos: em escalas macro, atentos aos corpos da cidade e suas relações, o corpo da identidade e o corpo dos registros sobre essas cidades; e em escalas micro, atentos ao corpo cotidiano – usual -, o corpo do indivíduo e suas complexas construções sociais enquanto caminhos percorridos de cidade que influenciam na invenção da própria, e por outro lado, como a cidade e suas relações urbanas cotidianas moldam o indivíduo que a questiona e vivencia.
A proposta investe no exercício de tradução de conceitos e experimentos e quer debater seus temas por um partido interdisciplinar que admite a apropriação de potências nos campos das artes, literaturas e vivências, a criação de percepções visuais, materiais e imagéticas para adensar as percepções de corpos de cidade em suas distintas escalas. Como ler a cidade? Como ela se retroalimenta das nossas leituras e registros? E como esses corpos, em suas variadas instâncias, constroem e regulamentam seus limiares?
Pesquisas Escola da Cidade
– A escrita da cidade: metodologias, apropriações e traduções do urbano – Tamara Crespin
– O corpo-espaço não normativo: uma investigação visual sobre normas de gênero e sexualidade – Flavia Doudement
– Arquitetura do vestir – as roupas como projeto, no Brasil e na Itália – Helena Ramos
– Nas ruas: territorialidades, memórias e experiências – Gabriela Toral
Vagas disponíveis: 06
4 – Espaço e história: modos e instrumentos de contar
O eixo temático pretende refletir historicamente sobre as narrativas e os agenciamentos do espaço do século XX ao contemporâneo, a partir de seus agentes, experiências e articulações. Ademais, busca estimular o alargamento das fronteiras do pensamento histórico sobre a produção do ambiente construído para além dos limites disciplinares tradicionais de análise do campo da arquitetura e do urbanismo.
Do ponto de vista teórico-metodológico, serão priorizadas as pesquisas que experimentam novas possibilidades de construções narrativas e que buscam rever pressupostos canônicos e abordagens lineares, ao mobilizarem outros enquadramentos conceituais, outras delimitações e conexões geográficas, incluindo personagens, grupos ou objetos historiograficamente marginalizados.
Ao olhar para estratégias projetuais e discursivas, o eixo temático atenta para os diversos suportes de representação e circulação de ideias acerca da produção do ambiente construído e da cultura, considerando suas respectivas questões metodológicas de análise. Por fim, pretende encorajar a discussão sobre as documentações da cultura material, as fontes documentais e iconográficas, e suas diferentes implicações para a pesquisa e a escrita histórica.
Pesquisas da Escola da Cidade
– Expografia modernista para uma coleção popular: um estudo sobre a espacialidade e as circunstâncias de fundação do Museu de Arte Popular do Recife (1955) – Beatriz Hinkelmann
– Lina por ela mesma: a construção da autoimagem de uma mulher na arquitetura – Luisa Souza
– À procura de Giuseppina Pirro: entre os indícios de uma trajetória plural e sua invisibilidade historiográfica (1940-1980) – Gyovanna Freire
– Indeterminação Programática: estratégias de projeto na arquitetura contemporânea – Letícia Costa
Vagas disponíveis: 06
5 – Espaço, política e diferenças
Nos últimos anos, o campo da arquitetura e do urbanismo tem voltado sua atenção com mais sistematicidade às diferenças e desigualdades vividas no espaço, em particular em termos de gênero, raça, deficiência e sexualidade. Este eixo procura reunir pesquisas que se dedicam às temáticas da política e da diferença no espaço, abrindo-se para trabalhos que investigam: ativismos e movimentos sociais; processos históricos de alterização, subalternização e resistência; transformações e reinterpretações nos campos disciplinares e profissionais da arquitetura e do urbanismo; outras questões acerca da política e da diferença.
Pesquisas da Escola da Cidade
– Coletivo como método: o enfrentamento da violência de gênero na Escola da Cidade – Luciana Fernandes
– Mulheres em movimento: itinerâncias e corporalidade de Carolina Maria de Jesus e Clarice Lispector – Luiza Costa
– Os sujeitos da construção civil: uma perspectiva de gênero no canteiro de obras – Laura Leal Ferrarezi
– Pessoas surdas no Ensino Superior: uma análise de trajetórias. A construção da autonomia no ambiente ouvinte – Rusdy Delgado Rabeh
Vagas disponíveis: 06