A tradição moderna hegemônica, ou “vencedora”, nos campos da arquitetura e do urbanismo, é racionalista, purista e teleológica. Mas outras tradições abafadas historicamente, ligadas a diferentes experiências de vida cotidiana nas grandes cidades, e crítica à ideia de progresso, podem (e devem) ser recuperadas, entendendo-se o presente como um palimpsesto de várias temporalidades heterogêneas que coexistem. Diante do grave “momento de perigo” que passamos a testemunhar historicamente hoje, essa escavação das nossas ruínas pode ser a semente para voltarmos a desejar outros futuros possíveis.
Paola Berenstein Jacques é professora da Faculdade de Arquitetura e dos Programas de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Artes Visuais e Dança da Universidade Federal da Bahia. Pesquisadora CNPq, pesquisadora associada ao Laboratoire Architecture Anthropologie (LAVUE/CNRS) e coordenadora do grupo de pesquisa Laboratório Urbano (PPG-AU/FAUFBA). Autora dos livros: Les Favelas de Rio (2001); Estética da Ginga (2001); Maré, vida na favela (2002); Esthétique des favelas (2003) e Elogio aos errantes (2012); Fantasmas Modernos e Pensamentos selvagens (2020, no prelo).
Transmissão via Youtube.