A pandemia de Covid-19 explicitou ainda mais a desigualdade nas cidades brasileiras e descompassos fulcrais na maneira de organização de nossos sistemas, a ponto de se colocar em questão a dimensão de normalidade – de um estado anterior ao contexto pandêmico – que se tem apregoado como perdida.
A que normalidade estamos nos referindo? Nossas cidades cindidas devem ser entendidas como “normais”? A crise ambiental que se alastra deve assim permanecer? A provocação “Que normal é esse?” é, nesse sentido, um ponto de partida e também um convite ao início das discussões incorporadas em nossos cursos. Esta semana de abertura do semestre da Pós da Escola da Cidade propõe uma série de palestras e debates que partem da reflexão sobre o momento pandêmico que estamos vivenciando para então discutir não apenas os desdobramentos socioeconômicos da covid-19 na forma de vida nas cidades, mas também discutir os conceitos político-ideológicos construídos, distorcidamente ou não, nos projetos de cidade e, consequentemente, do país. Almeja-se, sobretudo, lançar e debater novas perspectivas e horizontes críticos para pensarmos.
A forma de habitar, de pensar a relação sociedade-território, a mobilidade, a convocação das técnicas para dar respostas aos desafios contemporâneos, a condição das cidades como lugar de disputa e a questão da comunicação – os grandes temas dos cursos de Pós-graduação da Escola da Cidade – apontam para a necessidade de outros parâmetros, formas de abordagem e novos projetos de futuro.